A cerâmica é uma arte que se encontra profundamente enraizada na cultura portuguesa, tornando-se um símbolo de identidade lusa e um elemento fundamental do patrimônio nacional.
Existem diversos fatores que fazem com que esta atividade desempenhe um papel fulcral na nossa cultura. A abundância de matérias-primas facilitou o desenvolvimento da atividade desde tempos remotos, uma vez que Portugal é rico em depósitos de argila, um dos principais componentes para a produção de cerâmica. Além disso, o clima mediterrâneo, com os seus verões quentes e secos, também favorece a secagem da argila e a queima das peças em fornos a lenha.
Cada uma das culturas que influenciaram Portugal, como a romana e a árabe, deixou sua marca na cerâmica portuguesa, enriquecendo-a com novas técnicas e estilos. As conexões marítimas de Portugal durante os séculos XV e XVI permitiram a troca de conhecimentos e técnicas com outras culturas, contribuindo para a evolução da cerâmica portuguesa.
Esta prática era impulsionada pela produção de peças de cerâmica com temas religiosos, como os azulejos que adornam igrejas e conventos, e pelo fator económico, uma vez que a cerâmica, sendo uma atividade econômica importante, gerava emprego e renda para diversas regiões do país. No entanto, a cerâmica portuguesa não se limita à decoração, sendo também utilizada na produção de objetos do cotidiano, como pratos, jarros e vasos, combinando a beleza estética de cada peça com a sua respetiva funcionalidade.
A cerâmica portuguesa manifesta, desta forma, uma grande diversidade de estilos, desde os azulejos tradicionais até às peças mais contemporâneas, refletindo a riqueza cultural do país e a capacidade dos artesãos de se adaptarem às diferentes épocas e tendências.